quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

O Tarô

"A consciência é impossível sem interpretação
Pois o que você percebe é a sua interpretação."
A Course in Miracles.

O Tarô é uma coleção de 78 figuras apresentadas na forma de um baralho de cartas. Ele é dividido em três seções: os Arcanos Maiores, os Arcanos Menores e as Cartas da Realeza.
Por muito tempo, muitas pessoas não tinham certeza do que as figuras representavam. Havia muitas teorias, e opiniões abundantes, mas em matéria de evidência tangível ou qualquer tipo de consenso, o significado do Tarô, exceto para alguns poucos inicia-dos, permanecia evasivo. O que estava claro, no entanto, mesmo desde o começo, é que de alguma forma o Tarô era uma compilação de figuras do imaginário e da simbologia universais. Ele contém símbolos encontrados em todas as civilizações — antigas e modernas — na forma de pinturas, esculturas, desenhos, ícones, lendas, mitos, religiões e, em resumo, em todas as formas física, mental, emocional e espiritual que as pessoas sempre foram capazes de formar, sonhar, imaginar, expressar ou enquadrar. O Tarô é cosmogônico. É uma coleção de símbolos que cruza todas as fronteiras da cultura, do tempo e do espaço; uma compilação do imaginário inexorável que existe há éons, e permanece no inconsciente coletivo de todos os seres humanos. Ninguém sabe exatamente qual a idade do Tarô, também não sabemos com certeza quem o criou. É possível que seja originário do Egito ou da China. Ele foi associado aos ciganos — descendentes dos egípcios — que há éons migraram para a Europa, logo a derivação do nome, ciganos (em inglês, as palavras Egyptian (egípcio) e gypsy (cigano) soam de forma semelhante). Há também provas de que ele pode ser associado à antiga filosofia taoísta da China. Tao significa "a via" ou "o caminho" que é o que o Tarô também significa, e há paralelos entre os escritos antigos, as práticas meditativas e os ensinamentos do Tao e do Tarô (ver Wilhelm R., O segredo da flor de ouro). Entretanto, não sabemos com certeza onde, por que, ou como o Tarô teve origem, e a única coisa que podemos dizer positivamente é que ele é, sem dúvida, bastante antigo. Oficialmente, o primeiro baralho de Tarô surgiu no século XIV e extraoficialmente, no Egito pré-dinástico.
Além dos dois fatores de simbologia universal e antigüidade duradoura, outro fator significativo sobre o Tarô é que os Arcanos Menores e as Cartas da Realeza são basicamente os mesmos que as cartas de um baralho moderno comum. Ninguém sabe como ou onde as cartas de jogar se originaram também, tampouco por que são desenhadas e dispostas de uma forma determinada. Muito embora em um momento, seja quem for que tenha criado o Tarô e o baralho, obviamente, sabia o que estava fazendo, não foi senão até o século XX que um consenso foi alcançado sobre o que as figuras de fato representam. Aceita-se em geral hoje que tanto o Tarô quanto o baralho de jogo, cada um a seu modo, sejam representações dos arquétipos. Os arquétipos, da forma como são encontrados no Tarô e na religião, são divididos em uma trindade.